sábado, 18 de dezembro de 2010

COMO SER OFICIAL DA PMERJ?


O Concurso

O ingresso no Curso de Formação de Oficiais da PMERJ dá-se por concurso público, o vestibular da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
Então, para você ser Oficial da PMERJ, deverá primeiro se inscrever no vestibular da UERJ.
O vestibular UERJ abre todos os anos, geralmente em fevereiro, março ou abril. O lugar para fazer inscrições é no próprio site do vestibular UERJ.

O concurso para Oficial da PM é dividido em duas partes. A primeira é aparte acadêmica, executada pela UERJ, que por suas vez se divide em duas fases.
A 1º fase é o Exame de Qualificação, que é uma prova objetiva, de múltipla escolha. Nessa fase a prova afere habilidades, competências e conteúdos do ensino médio em geral (todas as disciplinas do ensino médio). A 2º fase é o Exame Discursivo, composto de provas de História, Língua Estrangeira e Português Instrumental com redação.

A segunda parte é formada por exames específicos, executados pela própria PMERJ. São os exame antropométrico, exame de saúde, exame físico, exame psicológico e exame de pesquisa social e documental.
Abaixo segue um esquema do concurso para Oficial da PMERJ e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMERJ), para você entender melhor: Parte acadêmica: 1) 1ª fase – Múltipla escolha de conteúdo do Ensino Médio 2) 2ª fase – Exame discursivo (fase pela qual se escolhe PMERJ ou CBMERJ Se PMERJ – História, Lingua Estrangeira, Português e Redação; Se CBMERJ – Matemática, Física, Português e Redação. 3) Parte específica – a cargo da PMERJ e CBMERJ Exames específicos para PMERJ: antopométrico, de saúde, físico, psicológico, de pesquisa social e documental; Exames específicos para CBMERJ: físico, de saúde, psicológico, de pesquisa social e documental. Para concorrer a vaga, você deve ter no mínimo 18 anos na data da matrícula no Curso de Formação de Oficiais. A idade máxima é de 30 anos, mas para quem já faz parte da PMERJ não há limite de idade. Mulheres não podem estar grávidas e a altura mínima para elas é de 1,60m. Para os homens a altura mínima é de 1,68m. Esses são os requisitos básicos, mas existem outros que você poderá verificar lendo atentamente o edital do concurso.

O Curso de Formação de Oficiais

Após o concurso, começa o Curso de Formação de Oficias, na Academia de Polícia Militar D. João VI.
Quando o aluno entra para a Academia recebe, em uma solenidade, o espadim – uma réplica em tamanho reduzido da espada do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, o patrono da Polícia Militar. O CFO tem duração de três anos em regime de internato, com carga horária total de 4.871 horas. As aulas são ministradas de segunda à sexta-feira em período integral, das 7:00 às 17:00 horas, havendo emprego dos alunos em serviços internos e externos, inclusive nos finais de semana e feriados. Quando de seu ingresso na academia, você receberá fardamento e acessórios, assistência médica e odontológica, moradia e alimentação em função do regime de internato. O salário enqüanto Aluno-Oficial é de aproximadamente 900 reais.

Depois de formado
Quando o aluno se forma, devolve o Espadim de Tiradentes e recebe, também, em cerimônia, a espada de Aspirante a Oficial PM. Depois, ele é nomeado Aspirante-a-Oficial e entra num estágio probatório que dura seis meses. Durante esse período é designado para exercer funções em uma unidade da PMERJ. Enquanto aspirante a oficial, o salário é de aproximadamente 1700 reais. Após esse período, se aprovado no estágio, será promovido ao posto de 2º Tenente, recebendo a Carta Patente, assinada pelo governador do Estado do Rio de Janeiro. A esta altura já é Oficial da PMERJ e tem a patente de segundo-tenente da PMERJ. O salário inicial de um 2° Tenente da PMERJ é de aproximadamente 2 mil reais.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

EXERCICÍOS DE GEOGRAFIA: ENERGIA BRASIL

(UFPR) Nos últimos anos, no Brasil, tem chamado a atenção a expansão do plantio de cana-de-açúcar para produção do etanol, utilizado como combustível. No dia 17/09/2009, o governo lançou um programa denominado Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, que visa ordenar o avanço dessa cultura sobre o território, proibindo sua expansão sobre alguns biomas, haja vista que isso poderá trazer impactos negativos no meio ambiente.
Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta.
a) O bioma Amazônia, por sua grande extensão geográfica e vastas áreas ainda não usadas para agricultura, é considerado um espaço adequado para a expansão da cana-de-açúcar.
b) O bioma Pantanal, devido à abundância de recursos hídricos necessários ao desenvolvimento da cana-de-açúcar, é tido como área ideal para seu plantio.
c) Existem, em território brasileiro, milhões de hectares de terra subutilizados que podem ser revertidos ao plantio de cana-de-açúcar, sendo desnecessário o avanço sobre biomas ainda conservados.
d) Remanescentes florestais não utilizados na região Sudeste podem ser incorporados como áreas de plantio, evitando assim sua expansão sobre biomas ambientalmente mais suscetíveis.
e) No Centro-Sul brasileiro não haverá expansão da cana-de-açúcar, porque as áreas agrícolas já estão incorporadas à dinâmica produtiva.
(UFRGS) A camada submarina do pré-sal, onde foram descobertas reservas de petróleo e gás, estende-se entre os estados do Espírito Santo e de Santa Catarina, podendo estar localizada a mais de 7.000 metros abaixo do nível do mar.
Considere as seguintes questões relacionadas à exploração dessas reservas.
1 – distribuição dos royalties entre a União e os estados
2 – definição do marco regulatório para a exploração
3 – redução dos limites territoriais marítimos do país, para menos que as 200 milhas atuais
Quais tem sido objeto de debate no país?
a) Apenas 1.
b) Apenas 2.
c) Apenas 3.
d) Apenas 1 e 2.
e) 1, 2 e 3.
(FUVEST) Grande parte da produção de petróleo, no Brasil, provém de bacias localizadas na plataforma continental (off shore). Todavia, a produção de petróleo, em área terrestre (on shore), tem significativa importância econômica.
a) Identifique duas áreas produtoras de petróleo on shore no Brasil e explique as causas da existência de petróleo nessas áreas.
b) No Brasil, nos últimos anos, a exportação de petróleo tem superado, em volume, a importação. Apesar disso, persiste um deficit comercial relativo a esse produto. Explique o porquê desse deficit.
Resolução:
a) O petróleo em áreas terrestres (on-shore) no Brasil está associado principalmente a regiões costeiras e as maiores reservas estão na Bacia Potiguar no Rio Grande do Norte, próximo a Mossoró e no Recôncavo Baiano, próximo a Salvador, Bahia, a primeira área de produção petrolífera no Brasil. Ao longo da costa existem inúmeras outras áreas como Carmópolis em Sergipe e Coqueiro Seco e Atalaia em Alagoas. Existe uma pequena produção de petróleo e gás natural na Bacia do Urucu no vale médio do Amazonas. São áreas caracterizadas como bacias sedimentares, antigos leitos marinhos onde no período Cretáceo da Era Mesozoica, grande volume de matéria orgânica (plâncton marinho), por decomposição anaeróbica, resultou na formação de petróleo.
b) Como o Brasil privilegiou a matriz de transporte rodoviário, a demanda por óleo diesel e gasolina fez o país importar o produto e mais adiante construir refinarias mais voltadas ao craqueamento de petróleo “leve”, com mais hidrocarbonetos e de melhor qualidade na produção de combustíveis como a gasolina, o querosene e o óleo diesel e com maior valor de mercado. A descoberta de petróleo na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, na plataforma continental, promoveu mudanças no planejamento estratégico do país para o setor energético. A maioria do petróleo de Campos era do tipo “pesado” com muito betume e elementos graxos e menor valor de mercado. A Petrobras estabeleceu uma política de exportar o petróleo pesado, com menor valor, e importar o petróleo leve, de maior valor, gerando deficit, pelo valor do petróleo leve e seu alto consumo. As atuais descobertas na camada do pré-sal são caracterizadas por grande quantidade de petróleo leve, o que pode inverter a tendência deficitária ao longo do tempo.
(FEI) Entre as críticas feitas ao programa nuclear brasileiro assinale a alternativa incorreta:
a) Houve a opção pela compra de usinas e de tecnologia importada ao invés da buscar-se a capacitação dos técnicos e cientistas brasileiros.
(B) Em 1975 foi firmado o acordo nuclear Brasil-Alemanha, que previa a construção de oito usinas. No entanto, pelo acordo, só foi construída uma (a de Angra II). Houve o desperdício de bilhões de dólares.
c) A implantação das usinas em terrenos litorâneos geologicamente instáveis e a localização entre as duas maiores metrópoles nacionais produzem riscos adicionais a uma tecnologia que, por si só, já envolve riscos de operação elevados.
d) Existe o risco de o país construir armas atômicas, uma vez que o Brasil passou a dominar a tecnologia de enriquecimento de urânio e não é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. Uma preocupação suplementar é o alinhamento brasileiro à política nuclear iraniana.
e) Além das constantes paralisações de seu funcionamento por falhas técnicas, Angra I e II têm custo por quilowatt-hora gerado muito mais elevado do que o das usinas hidrelétricas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

CURSO MORSE: CONCURSO SOLDADO DA PMRJ 2010. ALUNOS APROVADOS

ALUNOS DO CURSO MORSE PARTICIPANDO DE ATIVIDADE FÍSICA NO BATALHÃO FLORESTAL COLUBANDÊ – SÃO GONÇALO RJ.
NOVO TREINAMENTO DIA 12/12/2010´`AS 8:00. Inscrição: 1 brinquedo para doação Tel: 32454488

O Curso Morse parabeniza todos os alunos aprovados para o CONCURSO SOLDADO DA PMRJ 2010. Novas turmas em janeiro de 2011. Venha você também fazer parte dessa equipe.



Alunos da turma Noite I Anderson da Costa Isaias André Jerônimo dos Santos Bruno Costa Silva Gabriel Leite Fernandes Getúlio Alves Ferreira de Menezes Gissele Cássia Diniz Barcelos Leonardo de Souza Gomes Raphael da Silva e Silva Ramon da Costa Moraes Ramon Alves Pacheco Junior Roberto Ribeiro Junior Rodrigo costa da Silva Rodrigo Torres de Souza Sandro Cardoso Damasceno Thiago de Andrade Oliveira Wagner Ferraz Pinheiro Alunos da Turma Noite II Alex chaves Alessandra do Amaral S. Amunziato Ana Paula Ribeiro Eccard Bruno Barbosa Falcão Bruno de Oliveira Melo Dyrlayne Walessa de Araújo Batista Etiene Amaro de Aguiar Gerson Rodrigues da Silva Marco Antônio Silva Carvalho Ramon da Costa Moraes Ramon de Jesus Braga Ferreira Thiago dos Santos Tolissano Tiago Silva de Oliveira Alunos da Turma Noite III Bruno Marques Pereira Fabiano Santos Pereira Diogo mariano da Silva Danielle Divino Julio Carlos Martins das Neves Furtado Leandro Oliveira dos Santos Leonardo Garcia de Mattos Lucas Guimarães Fonseca Luis Gustavo leite da Silva Marcelo Ripoll Raquel de Santana Pessanha Roberto Campos Alves Roberto Rodrigues da Rocha Castro Rodinelli Pereira Sales Romulo Hainfellner da Silva Manhã I Alessandra da Silva Pinto Cristiane Maria Rodrigues Dejair Coelho Junior Ezequiel da Costa Silva Fabiano Martins Amaral Fábio André dos Santos Goessling Fagner da Silva Fernando Cesar Costa Gabriel Tavares Machado Johny Kleyson Pereira Gomes Jonathan dos Santos da Silva Marcela Martins Marcelo de Castro Fonseca Raquel Augusto Badaró Texeira Rafaella Policarpo Canellas Ramon da Costa Silva Rhuan da Silva Araújo Rogério Couto do Nascimento Santhiago Miranda Costa Manhã II Alex da Silva Sobrinho Amanda Siqueira Barbosa Ana Paula do Nascimento Ferreira Andre Luis de Souza Rodrigues Cleber Monteiro Francivaldo Santos da Silva Itamar Valle Thomaz Livia Carvalho de Oliveira Raillannder da Rocha Albuquerque Ralf Duarte de Lima Ronaldo da Silva Junior Alunos turma de Sábado Cláudio de Carvalho Magalhães Filho Gleison Costa de Almeida Diego Alves da Cruz Tavares Diego Luis dos Santos Azeredo Julio José da Costa Ferreira Maicon Henrique Pereira Mendonça Marcio Lima Babilon Patricia Lopes Guimarães Pereira Paulo Henrique Costa da Silva Robson Correa Abrantes Junior Vanessa Oliveira Lopes Felipe Gouveia Barbosa

Alunos do pré-vestibular que fizeram a prova Dayana Pletz Bruno Azevedo dos Santos Yasmin Gomes Frederico Leandro Coutinho Alailson Arouche Roseane Ribeiro





quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Revolução dos Cravos

O movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, em 1974, de forma a estabelecer as liberdades democráticas promovendo transformações sociais no país. Após o golpe militar de 1926, foi estabelecida uma ditadura no país. No ano de 1932, Antônio de Oliveira Salazar tornou-se primeiro-ministro das finanças e virtual ditador. Salazar instalou um regime inspirado no fascismo italiano. As liberdades de reunião, de organização e de expressão foram suprimidas com a Constituição de 1933.

Portugal manteve-se neutro durante a Segunda Guerra Mundial. A recusa em conceder independência às colônias africanas estimulou movimentos guerrilheiros de libertação em Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Em 1968 Salazar sofreu um derrame cerebral e foi substituído por seu ex-ministro Marcelo Caetano, que prosseguiu com sua política. A decadência econômica e o desgaste com a guerra colonial provocaram descontentamento na população e nas forças armadas. Isso favoreceu a aparição de um movimento contra a ditadura.
No dia 25 de abril de 1974, explode a revolução. A senha para o início do movimento foi dada à meia-noite através de uma emissora de rádio, a senha era uma música proibida pela censura, Grândula Vila Morena, de Zeca Afonso. Os militares fizeram com que Marcelo Caetano fosse deposto, o que resultou na sua fuga para o Brasil. A presidência de Portugal foi assumida pelo general António de Spínola. A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento.

sábado, 6 de novembro de 2010

ESQUEMA – URSS – FORMAÇÃO E DESMEMBRAMENTO

1917 – Revolução Russa – Bolcheviques tiram o Czar Nicolau II do poder – Vladimir Lênin assume o poder -> perspectivas de melhoras da qualidade de vida para a população proletária.

Oposição – antiga classe czarista ( envio de tropas por vários países)

Conseqüências – Guerra Civil (até 1922)

Política - vitória dos bolcheviques ->formação da URSS – Partido Único (1925) – PCUS

Econômicas -1930/60 – Crescimento econômico 6%;
- Planificação da economia;
- Cooperativas no campo – promoção do desenv. e aumento da produtividade;
- Investimentos industrias de base, bélica e infra-estrutura .
URSS – pós II G M

- Saldos positivos – expansão de áreas à leste - nações bálticas; Polônia; Romênia...
- Ditadura Socialista – Josef Stalin /totalitarismo
- Guerra Fria – Disputa Bipolar

Corrida Armamentista e Espacial

Espacial -> Soviéticos {1° Satélite artificial – 1957 – 3 meses na órbita terrestre
{homem ao espaço – Yuri Gagarin 1961

* EUA ->1969 – conquista da superfície lunar - Apólo XI - Neil Armstrong


Crise URSS a partir de 1970

*Muitos investimentos tecnológicos, militares e aeroespaciais;

Fatores

*Escassez de bens de consumo - investimentos nas Indústrias de base;
*Produtos racionados pelo governo.

Conseqüências:

* Movimentos populares : greves e manifestações;
*Insatisfação popular – burocratas assumem o poder político e econômico ;
*Queda da produtividade agrícola e industrial.

1985 – Mickhail Gorbatchev no poder

*tentativas de mudanças

*Glasnost - transparência política
*Perestroika – Reestruturação Econômica

1989 *Manifestação popular derruba governos socialistas em vários países europeus
*Declaração de Independência de nações do leste europeu – movimentos nacionalistas;

* Queda do Muro de Berlim e Reunificação Alemã .

1991
*Desmembramento da URSS em 15 países
*12 países passam a fazer parte da CEI

Rússia 1990
* Rússia pólo de poder da CEI
*Maior arsenal militar e industrial
*Maior centro de pesquisa e melhores universidades
*Grande exportador de recursos energéticos
Divisão territorial:Cáucaso – sudoeste menos desenvolvido.
Clima subtropical
Rússia Ocidental - porção européia, mais desenvolvida - Clima temperado
Sibéria – Centro Oriental
Clima predominante Frio e Polar

Características fisiográficas e gerais da Rússia -

 População-144 milhões de habitantes;
 Rios caudalosos, lagos e mares internos, e imensas florestas.
 17 milhões de k
 Extensas planícies e grandes cadeias montanhosas - Montes Urais
 Muitas jazidas minerais - carvão e petróleo

Agricultura – terras agricultáveis, porém, necessidade de importação de alimentos.

 Rússia Ocidental  trigo, aveia, cevada, batata, beterraba, girassol. Clima temperado (solo fértil – 2 colheitas por ano)
 Cáucaso  clima mais quente  chá, algodão, oliveiras, frutas...
 Sibéria  clima polar  atividades extrativas de madeira - Neve 8 a 10 meses


Indústrias – dispersas pelo território

 Rússia Ocidental – Moscou e S. Petersburgo
Indústrias diversificadas  automóveis, eletrodomésticos, máquinas, têxteis, vestuário, alimentícios, etc
 Montes Urais  jazidas de ferro, petróleo, gás natural.
3ª maior produtora mundial de recursos fósseis Indústria de base: siderúrgica, metalúrgica e petroquímica.
 Grande mercado consumidor
Sibéria – indústria de base - próximas jazidas de carvão – ao Sul

Infra-estrutura  facilidade de redes de transportes: rodoviária (incentivo a partir da dec. de 90) , hidroviária e ferroviária ( Transiberiana + longa – 9 300 km de extensão)
 Redes de oleodutos e gasodutos
 Usinas termoelétricas, hidrelétricas e nucleares


Mudanças para economia de mercado – conseqüências

à privatizações de indústrias estatais - investimentos em linha de montagem desemprego : desenvolvimento de atividades informais;
 Burocratas – nova classe dominante;
 Déficit público – desvios de dinheiro, sonegação de impostos;
 Dívida externa, inflação, desvalorização do rublo, empobrecimento da população ( 53 milhões de habitantes vivem abaixo da linha da pobreza )


POLÍTICA

 Estado Democrático – 1990 – 1ª eleição direta depois de 80 anos

HISTÓRIA DO BRASIL - ECONOMIA URBANO-INDUSTRIAL


Histórico

-Proibido a partir de 1758 (proíbe a indústria, pois Portugal queria que nós comprássemos das indústrias européias)
-Liberado em 1808 (a família real vem ao Brasil e abre portos as nações amigas e libera a produção industrial)
-1818 surge a primeira indústria têxtil do Brasil no Rio de Janeiro
-Durante o ciclo do café os investimentos no setor industrial foi pequeno
-Com a crise de 29 houve maior interesse pela atividade industrial e a economia passa por grandes mudanças.
-Durante e pós 2° Guerra aumentou os investimentos no setor e nossa economia se firma como urbano-industrial
-No governo de Getúlio Vargas surge a siderurgia CSN
-No governo de JK aumenta a participação do capital externo com a indústria automobilística.
-No governo militar ocorre o chamada "Milagre Brasileiro".
-Na década de 80 houve uma estagnação da atividade industrial
-Nos anos 90 ocorre maior presença do produto e do capital externo.

*Indústria nasce num ambiente não propício, uma vez que o café estava em alta. Porém, ela sobrevive porque o café passa por crises cíclicas
*Indústria não passa a ser a principal atividade econômica de uma hora para a outra. Com a crise do café, é injetado dinheiro. Na crise de 29, mais dinheiro é aplicado e durante e pós 2° guerra mundial há um maciço investimento na indústria.

ECONOMIA BRASILEIRA

De 1530 à 1930 (4 séc) - economia Agroexportadora - o campo produz para exportar
De 1930 à hoje (70 anos) - economia Urbano Industrial - indústria (voltada para mercado externo) é responsável por formar cidades.
*A crise do café é a principal responsável pela mudança na economia
*Durante os 4 séculos, nossa economia foi Agroexportadora, que esteve isolada no tempo e no espaço. Em cada tempo gira em torno de um só produto. Nossa economia era caracterizada por um Arquipélago Econômico.
*Embora era isolada internamente, nós sempre estivemos ligados com o mundo, uma vez que através do pacto colonial dava-nos matéria prima em troca de produtos manufaturados. Nossa economia era internacionalizada (ligada a economia do resto do mundo). Coma a chegada da indústria, diminui a internacionalização. A economia passa de Arquipélago para Integrada. Cada região tem seu papel, que é desempenhado ao mesmo tempo.
*De certa forma nossa internacionalização continua. "Deixamos de importar mercadorias" e passamos a importar dinheiro e tecnologia.

HISTÓRIA DO BRASIL - O CICLO ECONOMICO DA CAFEICULTURA


Séc.XIX

A atividade de mineração (séc XVIII) entra em crise, uma vez que máquinas começam a ser necessárias para extrair os minérios.
Começa então a era cafeeira (introduzida no Rio). Dentre os estados, São Paulo foi o que mais se destacou, principalmente por causa de terra roxa, oriunda da rocha basáltica (final séc XVIII; início XIX)
Desde o final do século XVIII a lavoura foi desenvolvida no vale da Paraíba do Sul. Nessa região a lavoura cafeeira desenvolveu-se em sesmarias e era usada mão de obra escrava.

LAVOURA CAFEEIRA
-desenvolve-se nas sesmarias
-mão de obra escravista
-fim das sesmarias (1820)

No período da lavoura cafeeira do Vale do Paraíba o poder dos senhores de café era medido pelo número de escravos que o mesmo possuía. Em 1850 a Lei Eusébio de Queirós provocou aumento do patrimônio dos barões de café. Também em 1850 a Lei de Terras determina que a aquisição da terra poderia ser apenas através da compra. Com essa lei a lavoura cafeeira estendeu-se para o oeste paulista.
Em certa época os barões não tinham onde plantar café e não invadiam terras receando perder os investimentos feitos. Além disso, existe os problemas morais. É mais ou menos nessa época que o poder dos fazendeiros passa a ser medido pelo tamanho das terras.

LAVOURA CAFEEIRA (passa por crises cíclicas por causa da superprodução)
-As fazendas do Oeste Paulista são baseadas na compra de terra.
-O relevo suave do Oeste Paulista favorece a ocorrência de grandes áreas.
-O tamanho da terra é agora referencial do poder econômico
-Com a expansão da lavoura cafeeira pelo oeste paulista houve aumento da produção de café.
-Com o aumento da produção a lavoura cafeeira passa por sucessivas crises.
-Com as crises, surgem alguns investimentos na indústria.
-A grande crise do café ocorre em 1929/30, devido a crise da bolsa de valores de Nova Iorque.
-Com a crise de 29, a economia brasileira muda de agroexportadora para uma economia urbano-industrial.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ELEIÇÕES 2010




O GLOBO


PRIMEIRO CADERNO




29/09/2010


Notas de um marciano


ROBERTO DaMATTA


Cheguei ontem à região tropical da Terra. Curiosamente, o planeta é recortado num conjunto do que eles chamam de países: agrupamentos com histórias ridiculamente parecidas, encapsulados por territórios vistos como autônomos, dotados de leis próprias e norteados por um dogma chamado de soberania. Diferentemente de nós que nos sabemos ligados a todos os seres vivos e a todo o universo, pois nele estamos e a ele retornamos depois dos nossos bem vividos 500 anos com vida sexual plena e ativa, eles têm uma aguda consciência do diferente. Embora vizinhos e separados por marcos arbitrários, eles vivem como se fossem estrangeiros. Estão convencidos que são compartimentos coletivos singulares, capazes de praticar e fazer o que quiserem, mas sabem que são parte de um conjunto maior, conforme é claro ao nosso olhar marcianamente distanciado.


O resultado desta concepção individualista é o constante confronto com o bem-estar geral e coletivo; e um conjunto de dualidades que tem sido a tônica de sua visão de mundo. Pois, para eles, tudo se reduz a oposições do tipo real/ideal, nós/eles, humanidade/animalidade, vida/morte, pobres/ricos... quando — na verdade — sabemos que, quanto mais um lado engloba e recalca o outro, mais esse outro lado retorna assombrosamente fortalecido. Engolfados nessas oposições, os terráqueos tudo pressentem, mas nada podem fazer porque não têm como desmontar o seu sistema e a si mesmos de um golpe. É possível que venham a liquidarse. De fato, os países que chamam de “mais adiantados” e que consideram superiores são os que mais poluem e destroem e, não obstante, são os que mais exportam o seu modelo de exploração do planeta. Mesmo agora, quando uma consciência planetária os atingiu, eles continuam imitando esse modelo que tem como base uma suposta ilimitada riqueza do que enganadoramente chamam de “natureza”. Ademais, começam igualmente a descobrir que tudo tem relação com tudo, pois deles é uma coisa única e milagrosa: o seu planeta é vivo. Nele, conforme observamos há milênios com a nossa marciana inveja, tudo tem um ciclo e esses ciclos vitais se entrelaçam em circuitos complexos, de modo que há sempre um jogo milagroso e comovente entre a vida e a morte.


Ao chegar num país em forma de presunto, chamado Brasil, observo que estão em tempos eleitorais. Curioso que nem o presidente desta república tenta agir como árbitro, muito pelo contrário, sua visão é primariamente partidária, apaixonada e totalmente centrada no desejo de vencer a eleição a qualquer preço. O que ele aceita na vida (perder e ganhar) ele não aceita na Presidência. Li sua furiosa entrevista no meu computador telepático e fiquei estarrecido porque ele fala do papel dos jornais no Brasil, mas todo mundo sabe que ele próprio não lê. Pior: diz que tem azia quando lê algum jornal. Dei um giro pelo país e constatei que, mesmo tendo proclamado uma república em 1889, os brasileiros ainda não têm noção do que seja uma sociedade democrática. Pois confundem individualismo com egoísmo, e egoísmo com altruísmo.


Assim, fazem suas falcatruas em nome do que chamam de “povo”; e mesmo tendo uma visão partidária exclusiva e um tanto fascistoide, a faceta pessoal de suas vidas — seus laços com parentes e amigos — está sempre pronta a vir à tona nas situações nas quais bens coletivos estejam em jogo. Por isso, os brasileiros adoram “coisas públicas”, espaços públicos e, acima de tudo, dinheiro público, que para eles pode ser apropriado como se não fosse de ninguém. Como tiveram escravos até um ano antes de proclamarem a república, tudo o que é público é da elite política. O processo eleitoral mostra isso claramente, pois os candidatos não apresentam programas, mas rezam ladainhas e repetem fórmulas mágicas denominadas “promessas eleitorais”. Meros engodos para que o candidato seja eleito. Na realidade, hoje em dia eles não têm representantes, mas mediadores — ou padrinhos. Candidatos cuja distinção (como a dos santos) é o acesso que teriam ao presidente, tomado como um Deus nesta terra cheia de papagaios da espécie galvão.


Quando estava de partida, assisti a um evento notável. Uma reunião de sua Corte Suprema discutindo um projeto de lei que existe em toda e qualquer sociedade civilizada. Trata-se de uma regra que impediria ladrões e corruptos de serem candidatos a cargos públicos e usarem a legislação nacional que lhes permite escapar de tudo em nome de imunidade política definida com má-fé. Fiquei alarmado porque, mesmo diante da obviedade da causa, os magistrados se dividiram. Metade apoiava a lei; uma outra, arguia filigranas legais contra ela. Discutiram por mais de dez horas. Não conseguiram decidir. Repetiram, reiteraram e reafirmaram o que foi chamado de “dilema brasileiro” por um tal de DaMatta, dos mais medíocres estudiosos locais. Aquela indecisão estrutural constitutiva do Brasil que até hoje o faz oscilar entre seguir o caminho da igualdade ou o da aristocracia e da desigualdade. A via habitual que garante aos superiores não cumprir as leis. Devo ainda chamar atenção para...


[A essa altura, leitor, eu perdi a comunicação mediúnica com o espírito desse marciano. Sinto muito, mas aqui fico com a


depressão e a indignação de um velho brasileiro.]

sábado, 18 de setembro de 2010

CONCURSO SOLDADO DA PMRJ 2013: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO - DICAS

Penalidade – Conceito

É a sanção, a punição imposta pela autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas no CTB e dentro de sua circunscrição, ao infrator da normas de trânsito (CTB, Legislação Complementar e Resoluções)

Medida Administrativa – Conceito

É a providência tomada pela autoridade de trânsito e seus agentes, contra o infrator das normas de trânsito na esfera das competências estabelecidas pelo CTB e dentro de sua circunscrição, que visa sanar irregularidades praticadas pelos veículos, condutores e proprietários de veículos e animais, com objetivo prioritário de proteção à vida e à incolumidade física de pessoas..

CONCURSO SOLDADO DA PMRJ 2013: VÍDEO HISTÓRIA DO BRASIL - FUNDAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

CONCURSO SOLDADO DA PMRJ 2013: VÍDEO HISTÓRIA DO BRASIL - IMPORTANTE!!!

CONCURSO SOLDADO DA PMRJ: VÍDEO HISTÓRIA DO BRASIL - IMPORTANTE!!!


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CONCURSO SOLDADOS DA PMRJ 2013 - SOCIOLOGIA - CIDADANIA

A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre lutam por mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada. Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.

CONCURSO SOLDADOS DA PMRJ 2013 - SOCIOLOGIA - CIDADANIA

A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre lutam por mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada. Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CONCURSO SOLDADO DA PMRJ 2013 - DIREITOS HUMANOS




Durante muitos anos o tema “Direitos Humanos” foi considerado antagônico ao de Segurança Pública. Produto do autoritarismo vigente no país entre 1964 e 1984 e da manipulação, por ele, dos aparelhos policiais, esse velho paradigma maniqueísta cindiu sociedade e polícia, como se a última não fizesse parte da primeira.

Polícia, então, foi uma atividade caracterizada pelos segmentos progressistas da sociedade, de forma equivocadamente conceitual, como necessariamente afeta à repressão anti-democrática, à truculência, ao conservadorismo. “Direitos Humanos” como militância, na outra ponta, passaram a ser vistos como ideologicamente filiados à esquerda, durante toda a vigência da Guerra Fria (estranhamente, nos países do “socialismo real”, eram vistos como uma arma retórica e organizacional do capitalismo). No Brasil, em momento posterior da história, à partir da rearticulação democrática, agregou-se a seus ativistas a pecha de “defensores de bandidos” e da impunidade.
Evidentemente, ambas visões estão fortemente equivocadas e prejudicadas pelo preconceito.
Estamos há mais de um década construindo uma nova democracia e essa paralisia de paradigmas das “partes” (uma vez que assim ainda são vistas e assim se consideram), representa um forte impedimento à parceria para a edificação de uma sociedade mais civilizada.
Aproximar a policia das ONGs que atuam com Direitos Humanos, e vice-versa, é tarefa impostergável para que possamos viver, a médio prazo, em uma nação que respire “cultura de cidadania”. Para que isso ocorra, é necessário que nós, lideranças do campo dos Direitos Humanos, desarmemos as “minas ideológicas” das quais nos cercamos, em um primeiro momento, justificável , para nos defendermos da polícia, e que agora nos impedem de aproximar-nos. O mesmo vale para a polícia.
Podemos aprender muito uns com os outros, ao atuarmos como agentes defensores da mesma democracia.
Nesse contexto, à partir de quase uma década de parceria no campo da educação para os direitos humanos junto à policiais e das coisas que vi e aprendi com a polícia, é que gostaria de tecer as singelas treze considerações a seguir:
CIDADANIA, DIMENSÃO PRIMEIRA
1ª - O policial é, antes de tudo um cidadão, e na cidadania deve nutrir sua razão de ser. Irmana-se, assim, a todos os membros da comunidade em direitos e deveres. Sua condição de cidadania é, portanto, condição primeira, tornando-se bizarra qualquer reflexão fundada sobre suposta dualidade ou antagonismo entre uma “sociedade civil” e outra “sociedade policial”. Essa afirmação é plenamente válida mesmo quando se trata da Polícia Militar, que é um serviço público realizado na perspectiva de uma sociedade única, da qual todos os segmentos estatais são derivados. Portanto não há, igualmente, uma “sociedade civil” e outra “sociedade militar”. A “lógica” da Guerra Fria, aliada aos “anos de chumbo”, no Brasil, é que se encarregou de solidificar esses equívocos, tentando transformar a polícia, de um serviço à cidadania, em ferramenta para enfrentamento do “inimigo interno”. Mesmo após o encerramento desses anos de paranóia, seqüelas ideológicas persistem indevidamente, obstaculizando, em algumas áreas, a elucidação da real função policial.
POLICIAL: CIDADÃO QUALIFICADO
2ª - O agente de Segurança Pública é, contudo, um cidadão qualificado: emblematiza o Estado, em seu contato mais imediato com a população. Sendo a autoridade mais comumente encontrada tem, portanto, a missão de ser uma espécie de “porta voz” popular do conjunto de autoridades das diversas áreas do poder. Além disso, porta a singular permissão para o uso da força e das armas, no âmbito da lei, o que lhe confere natural e destacada autoridade para a construção social ou para sua devastação. O impacto sobre a vida de indivíduos e comunidades, exercido por esse cidadão qualificado é, pois, sempre um impacto extremado e simbolicamente referencial para o bem ou para o mal-estar da sociedade.
POLICIAL: PEDAGOGO DA CIDADANIA
3ª - Há, assim, uma dimensão pedagógica no agir policial que, como em outras profissões de suporte público, antecede as próprias especificidades de sua especialidade.
Os paradigmas contemporâneos na área da educação nos obrigam a repensar o agente educacional de forma mais includente. No passado, esse papel estava reservado únicamente aos pais, professores e especialistas em educação. Hoje é preciso incluir com primazia no rol pedagógico também outras profissões irrecusavelmente formadoras de opinião: médicos, advogados, jornalistas e policiais, por exemplo.
O policial, assim, à luz desses paradigmas educacionais mais abrangentes, é um pleno e legitimo educador. Essa dimensão é inabdicável e reveste de profunda nobreza a função policial, quando conscientemente explicitada através de comportamentos e atitudes.
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA
PESSOAL E INSTITUCIONAL
4ª - O reconhecimento dessa “dimensão pedagógica” é, seguramente, o caminho mais rápido e eficaz para a reconquista da abalada auto-estima policial. Note-se que os vínculos de respeito e solidariedade só podem constituir-se sobre uma boa base de auto-estima. A experiência primária do “querer-se bem” é fundamental para possibilitar o conhecimento de como chegar a “querer bem o outro”. Não podemos viver para fora o que não vivemos para dentro.
Em nível pessoal, é fundamental que o cidadão policial sinta-se motivado e orgulhoso de sua profissão. Isso só é alcançável à partir de um patamar de “sentido existencial”. Se a função policial for esvaziada desse sentido, transformando o homem e a mulher que a exercem em meros cumpridores de ordens sem um significado pessoalmente assumido como ideário, o resultado será uma auto-imagem denegrida e uma baixa auto-estima.
Resgatar, pois, o pedagogo que há em cada policial, é permitir a ressignificação da importância social da polícia, com a conseqüente consciência da nobreza e da dignidade dessa missão.
A elevação dos padrões de auto-estima pode ser o caminho mais seguro para uma boa prestação de serviços.
Só respeita o outro aquele que se dá respeito a si mesmo.
POLÍCIA E ‘SUPEREGO’ SOCIAL
5ª - Essa “dimensão pedagógica”, evidentemente, não se confunde com “dimensão demagógica” e, portanto, não exime a polícia de sua função técnica de intervir preventivamente no cotidiano e repressivamente em momentos de crise, uma vez que democracia nenhuma se sustenta sem a contenção do crime, sempre fundado sobre uma moralidade mal constituída e hedonista, resultante de uma complexidade causal que vai do social ao psicológico.
Assim como nas famílias é preciso, em “ocasiões extremas”, que o adulto sustente, sem vacilar, limites que possam balizar moralmente a conduta de crianças e jovens, também em nível macro é necessário que alguma instituição se encarregue da contenção da sociopatia.
A polícia é, portanto, uma espécie de superego social indispensável em culturas urbanas, complexas e de interesses conflitantes, contenedora do óbvio caos a que estaríamos expostos na absurda hipótese de sua inexistência. Possivelmente por isso não se conheça nenhuma sociedade contemporânea que não tenha assentamento, entre outros, no poder da polícia. Zelar, pois, diligentemente, pela segurança pública, pelo direito do cidadão de ir e vir, de não ser molestado, de não ser saqueado, de ter respeitada sua integridade física e moral, é dever da polícia, um compromisso com o rol mais básico dos direitos humanos que devem ser garantidos à imensa maioria de cidadãos hones-tos e trabalhadores.
Para isso é que a polícia recebe desses mesmos cidadãos a unção para o uso da força, quando necessário.
RIGOR versus VIOLÊNCIA
6ª - O uso legítimo da força não se confunde, contudo, com truculência.
A fronteira entre a força e a violência é delimi-tada, no campo formal, pela lei, no campo racional pela necessidade técnica e, no campo moral, pelo antagonismo que deve reger a metodologia de policiais e criminosos.
POLICIAL versus CRIMINOSO:
METODOLOGIAS ANTAGÔNICAS
7ª - Dessa forma, mesmo ao reprimir, o policial oferece uma visualização pedagógica, ao antagonizar-se aos procedimentos do crime.
Em termos de inconsciente coletivo, o policial exerce função educativa arquetípica: deve ser “o mocinho”, com procedimentos e atitudes coerentes com a “firmeza moralmente reta”, oposta radicalmente aos desvios perversos do outro arquétipo que se lhe contrapõe: o bandido.
Ao olhar para uns e outros, é preciso que a sociedade perceba claramente as diferenças metodológicas ou a “confusão arquetípica” intensificará sua crise de moralidade, incrementando a ciranda da violência. Isso significa que a violência policial é geradora de mais violência da qual, mui comumente, o próprio policial torna-se a vítima.
Ao policial, portanto, não cabe ser cruel com os cruéis, vingativo contra os anti-sociais, hediondo com os hediondos. Apenas estaria com isso, liberando, licenciando a sociedade para fazer o mesmo, à partir de seu patamar de visibilidade moral. Não se ensina a respeitar desrespeitando, não se pode educar para preservar a vida matando, não importa quem seja. O policial jamais pode esquecer que também o observa o inconsciente coletivo.
A ‘VISIBILIDADE MORAL’ DA POLÍCIA: IMPORTÂNCIA DO EXEMPLO
8ª - Essa dimensão “testemunhal”, exemplar, peda-gógica, que o policial carrega irrecusavelmente é, possivel-mente, mais marcante na vida da população do que a pró-pria intervenção do educador por ofício, o professor.
Esse fenômeno ocorre devido à gravidade do mo-mento em que normalmente o policial encontra o cidadão. À polícia recorre-se, como regra, em horas de fragilidade emocional, que deixam os indivíduos ou a comunidade fortemente “abertos” ao impacto psicológico e moral da ação realizada.
Por essa razão é que uma intervenção incorreta funda marcas traumáticas por anos ou até pela vida inteira, assim como a ação do “bom policial” será sempre lembrada com satisfação e conforto.
Curiosamente, um significativo número de policiais não consegue perceber com clareza a enorme importância que têm para a sociedade, talvez por não haverem refletido suficientemente a respeito dessa peculiaridade do impacto emocional do seu agir sobre a clientela. Justamente aí reside a maior força pedagógica da polícia, a grande chave para a redescoberta de seu valor e o resgate de sua auto-estima.
É essa mesma “visibilidade moral” da polícia o mais forte argumento para convencê-la de sua “responsabilidade paternal” (ainda que não paternalista) sobre a comunidade. Zelar pela ordem pública é, assim, acima de tudo, dar exemplo de conduta fortemente baseada em princípios. Não há exceção quando tratamos de princípios, mesmo quando está em questão a prisão, guarda e condução de malfeitores. Se o policial é capaz de transigir nos seus princípios de civilidade, quando no contato com os sociopatas, abona a violência, contamina-se com o que nega, conspurca a normalidade, confunde o imaginário popular e rebaixa-se à igualdade de procedimentos com aqueles que combate.
Note-se que a perspectiva, aqui, não é refletir do ponto de vista da “defesa do bandido”, mas da defesa da dignidade do policial.
A violência desequilibra e desumaniza o sujeito, não importa com que fins seja cometida, e não restringe-se a áreas isoladas, mas, fatalmente, acaba por dominar-lhe toda a conduta. O violento se dá uma perigosa permissão de exercício de pulsões negativas, que vazam gravemente sua censura moral e que, inevitavelmente, vão alastrando-se em todas as direções de sua vida, de maneira incontrolável.
“ÉTICA” CORPORATIVA versus ÉTICA CIDADÃ
9ª - Essa consciência da auto-importância obriga o policial a abdicar de qualquer lógica corporativista.
Ter identidade com a polícia, amar a corporação da qual participa, coisas essas desejáveis, não se podem confundir, em momento algum, com acobertar práticas abomináveis. Ao contrário, a verdadeira identidade policial exige do sujeito um permanente zelo pela “limpeza” da instituição da qual participa.
Um verdadeiro policial, ciente de seu valor social, será o primeiro interessado no “expurgo” dos maus profissionais, dos corruptos, dos torturadores, dos psicopatas. Sabe que o lugar deles não é polícia, pois, além do dano social que causam, prejudicam o equilíbrio psicológico de todo o conjunto da corporação e inundam os meios de co-municação social com um marketing que denigre o esforço heróico de todos aqueles outros que cumprem corretamente sua espinhosa missão. Por esse motivo, não está disposto a conceder-lhes qualquer tipo de espaço.
Aqui, se antagoniza a “ética da corporação” (que na verdade é a negação de qualquer possibilidade ética) com a ética da cidadania (aquela voltada à missão da polícia junto a seu cliente, o cidadão).
O acobertamento de práticas espúrias demonstra, ao contrário do que muitas vezes parece, o mais absoluto desprezo pelas instituições policiais. Quem acoberta o espúrio permite que ele enxovalhe a imagem do conjunto da instituição e mostra, dessa forma, não ter qualquer respeito pelo ambiente do qual faz parte.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO,
PERMANÊNCIA E ACOMPANHAMENTO
10ª - Essa preocupação deve crescer à medida em que tenhamos clara a preferência da psicopatia pelas profissões de poder. Política profissional, Forças Armadas, Comunicação Social, Direito, Medicina, Magistério e Polícia são algumas das profissões de encantada predileção para os psicopatas, sempre em busca do exercício livre e sem culpas de seu poder sobre outrem.
Profissões magníficas, de grande amplitude social, que agregam heróis e mesmo santos, são as mesmas que atraem a escória, pelo alcance que têm, pelo poder que representam.
A permissão para o uso da força, das armas, do direito a decidir sobre a vida e a morte, exercem irresistível atração à perversidade, ao delírio onipotente, à loucura articulada.
Os processos de seleção de policiais devem tornar-se cada vez mais rígidos no bloqueio à entrada desse tipo de gente. Igualmente, é nefasta a falta de um maior acompanhamento psicológico aos policiais já na ativa.
A polícia é chamada a cuidar dos piores dramas da população e nisso reside um componente desequilibrador. Quem cuida da polícia?
Os governos, de maneira geral, estruturam pobremente os serviços de atendimento psicológico aos policiais e aproveitam muito mal os policiais diplomados nas áreas de saúde mental.
Evidentemente, se os critérios de seleção e permanência devem tornar-se cada vez mais exigentes, espera-se que o Estado cuide também de retribuir com salários cada vez mais dignos.
De qualquer forma, o zelo pelo respeito e a decência dos quadros policiais não cabe apenas ao Estado mas aos próprios policiais, os maiores interessados em participarem de instituições livres de vícios, valorizadas socialmente e detentoras de credibilidade histórica.
DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS —HUMILHAÇÃO versus HIERARQUIA
11ª - O equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da polícia, passa também pela saúde emocional da própria instituição. Mesmo que isso não se justifique, sabe-mos que policiais maltratados internamente tendem a descontar sua agressividade sobre o cidadão.
Evidentemente, polícia não funciona sem hierarquia. Há, contudo, clara distinção entre hierarquia e humilhação, entre ordem e perversidade.
Em muitas academias de polícia (é claro que não em todas) os policiais parecem ainda ser “adestrados” para alguma suposta “guerra de guerrilhas”, sendo submetidos a toda ordem de maus-tratos (beber sangue no pescoço da galinha, ficar em pé sobre formigueiro, ser “afogado” na lama por superior hierárquico, comer fezes, são só alguns dos recentes exemplos que tenho colecionado à partir da narrativa de amigos policiais, em diversas partes do Brasil).
Por uma contaminação da ideologia militar (diga-se de passagem, presente não apenas nas PMs mas também em muitas polícias civis), os futuros policiais são, muitas vezes, submetidos a violento estresse psicológico, a fim de atiçar-lhes a raiva contra o “inimigo” (será, nesse caso, o cidadão?).
Essa permissividade na violação interna dos Direitos Humanos dos policiais pode dar guarida à ação de personalidades sádicas e depravadas, que usam sua autoridade superior como cobertura para o exercício de suas doenças.
Além disso, como os policiais não vão lutar na extinta guerra do Vietnã, mas atuar nas ruas das cidades, esse tipo de “formação” (deformadora) representa uma perda de tempo, geradora apenas de brutalidade, atraso técnico e incompetência.
A verdadeira hierarquia só pode ser exercida com base na lei e na lógica, longe, portanto, do personalismo e do autoritarismo doentios.
O respeito aos superiores não pode ser imposto na base da humilhação e do medo. Não pode haver respeito unilateral, como não pode haver respeito sem admiração. Não podemos respeitar aqueles a quem odiamos.
A hierarquia é fundamental para o bom funciona-mento da polícia, mas ela só pode ser verdadeiramente al-cançada através do exercício da liderança dos superiores, o que pressupõe práticas bilaterais de respeito, competência e seguimento de regras lógicas e suprapessoais.
DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS —HUMILHAÇÃO versus HIERARQUIA
12ª - No extremo oposto, a debilidade hierárquica é também um mal. Pode passar uma imagem de descaso e desordem no serviço público, além de enredar na malha confusa da burocracia toda a prática policial.
A falta de uma Lei Orgânica Nacional para a polícia civil, por exemplo, pode propiciar um desvio fragmentador dessa instituição, amparando uma tendência de definição de conduta, em alguns casos, pela mera junção, em “colcha de retalhos”, do conjunto das práticas de suas delegacias.
Enquanto um melhor direcionamento não ocorre em plano nacional, é fundamental que os estados e instituições da polícia civil direcionem estrategicamente o processo de maneira a unificar sob regras claras a conduta do conjunto de seus agentes, transcendendo a mera predisposição dos delegados localmente responsáveis (e superando, assim, a “ordem” fragmentada, baseada na personificação). Além do conjunto da sociedade, a própria polícia civil será altamente beneficiada, uma vez que regras objetivas para todos (incluídas aí as condutas internas) só podem dar maior segurança e credibilidade aos que precisam executar tão importante e ao mesmo tempo tão intrincado e difícil trabalho.
A FORMAÇÃO DOS POLICIAIS
13ª - A superação desses desvios poderia dar-se, ao menos em parte, pelo estabelecimento de um “núcleo comum”, de conteúdos e metodologias na formação de ambas as polícias, que privilegiasse a formação do juízo moral, as ciências humanísticas e a tecnologia como contraponto de eficácia à incompetência da força bruta.
Aqui, deve-se ressaltar a importância das academias de Polícia Civil, das escolas formativas de oficiais e soldados e dos institutos superiores de ensino e pesquisa, como bases para a construção da Polícia Cidadã, seja através de suas intervenções junto aos policiais ingressantes, seja na qualificação daqueles que se encontram há mais tempo na ativa. Um bom currículo e professores habilitados não apenas nos conhecimentos técnicos, mas igualmente nas artes didáticas e no relacionamento interpessoal, são fundamentais para a geração de policiais que atuem com base na lei e na ordem hierárquica, mas também na autonomia moral e intelectual. Do policial contem-porâneo, mesmo o de mais simples escalão, se exigirá, cada vez mais, discernimento de valores éticos e condução rápi-da de processos de raciocínio na tomada de decisões.
CONCLUSÃO
A polícia, como instituição de serviço à cidadania em uma de suas demandas mais básicas — Segurança Pública — tem tudo para ser altamente respeitada e valorizada.
Para tanto, precisa resgatar a consciência da importância de seu papel social e, por conseguinte, a auto-estima.
Esse caminho passa pela superação das seqüelas deixadas pelo período ditatorial: velhos ranços psicopáticos, às vezes ainda abancados no poder, contaminação anacrônica pela ideologia militar da Guerra Fria, crença de que a competência se alcança pela truculência e não pela técnica, maus-tratos internos a policiais de escalões inferiores, corporativismo no acobertamento de práticas incompatíveis com a nobreza da missão policial.
O processo de modernização democrática já está instaurado e conta com a parceria de organizações como a Anistia Internacional (que, dentro e fora do Brasil, aliás, mantém um notável quadro de policiais a ela filiados).
Dessa forma, o velho paradigma antagonista da Segurança Pública e dos Direitos Humanos precisa ser subs-tituído por um novo, que exige desacomodação de ambos os campos: “Segurança Pública com Direitos Humanos”.
O policial, pela natural autoridade moral que porta, tem o potencial de ser o mais marcante promotor dos Direitos Humanos, revertendo o quadro de descrédito social e qualificando-se como um personagem central da democracia. As organizações não-governamentais que ainda não descobriram a força e a importância do policial como agente de transformação, devem abrir-se, urgentemente, a isso, sob pena de, aferradas a velhos paradigmas, perderem o concurso da ação impactante desse ator social.
Direitos Humanos, cada vez mais, também é coisa de polícia!